por Dinarte Assunção
Não deixa de ser pertinente questionar: por que tanto ódio contra o governo Dilma?
Não tenho procuração para fazer defesa do governo petista, mas aquiescer às manifestações de rancor que brotam da convulsão coletiva é se fazer de cúmplice. Não se trata mais de um movimento ideológico – talvez nunca tenha se tratado.
Quando testemunhamos o avanço do ódio sobre a lucidez, convém refletir se não é chegada a hora de ser erguer contra a proliferação do pensamento mediano que banaliza as injúrias raciais partindo do pressuposto de que vale qualquer coisa contra “tudo isso que está aí”.
No tabuleiro do xadrez, os peões vão sempre na frente, conduzidos para atender à lógica do jogo que defende o triunfo de quem os manipula. No jogo do ódio, o peão é o PIB, o perfeito idiota brasileiro.
O PIB é o conhecido eleitor que prega o ódio ao PT porque não aguenta mais a “corrupissão”. Seu pensamento é letárgico, mas se multiplica na velocidade da luz.
É o ativista de sofá que paga seu plano de saúde e é contra o Mais Médicos porque o programa financia a ditadura cubana.
É o cara que não sabe o que é fome – a não ser a mental, da qual sequer tem consciência -, mas arrota seu preconceito contra os programas que tiraram o Brasil do mapa da miséria alimentar. Bolsa Família, por exemplo, é o financiamento do vagabundo para o PIB.
É o parasita que busca alimento nos panfletos isentos de verdade. Toma Veja por sua bíblia; e Reinaldo Azevedo, por seu senhor.
O perfeito idiota brasileiro acredita cegamente que o Brasil será sua pátria mãe gentil apenas, e tão somente apenas, quando a praga do PT for varrida. Por isso, ele passa adiante seu ódio.
O ódio, vejam só, o sentimento que está historiado como força motriz para que barbáries tenham sido perpetradas.
Foi o ódio, se por exemplo, que dizimou milhões na Alemanhã nazista.
Mas eu não espero que o PIB consiga um motivo convincente para destronar o PT.
Porque não se pode esperar argumentos de quem só é capaz de produzir rancor.