O Império Contra-Ataca! Testamos a nova Honda Bros 160

Em por Daniel Medeiros
Atualizado em 27 de dezembro às 19:50

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A concorrência é a maior aliada do consumidor e faz com que mesmo os líderes de mercado estejam sempre preocupados em evoluir seus produtos para não serem ultrapassados pelos rivais. A Honda, detentora de 80% do mercado nacional, não dorme no ponto e mantém uma evolução constante na sua linha, principalmente na de baixa cilindrada. Após o lançamento da nova linha CG no início de 2014, chegou a vez da Bros que agora conta com um novo motor de 160 cm³.

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Muitos imaginam que a Honda lançou a nova Bros 160 em resposta à boa aceitação da Yamaha Crosser 150, no entanto, quando se trata de desenvolvimento de novas motocicletas as coisas não acontecem assim tão rapidamente. Para termos uma ideia do quanto é demorado para lançar um novo modelo, o projeto de remodelação da Bros demorou três anos da concepção ao lançamento. Quando a Crosser foi apresentada no início de 2014, a nova Bros 160 já encontrava-se em testes.

Quando vazou a notícia do lançamento da nova Bros 160 (muitos cogitaram até que seria uma 200 cm³) logo me veio uma grande curiosidade com relação ao design. Iria a Honda arriscar em uma revolução visual ou adotaria a máxima de que em time que está ganhando não se mexe e manteria o estilo? No fundo algo me dizia que a Bros 160 viria totalmente diferente, estava enganado.

A moto mudou quase que por completo, mas sua identidade visual foi mantida e ao olhar para ela não temos dúvidas, é uma legítima Bros. O farol é quase idêntico ao anterior, não fosse pela carenagem com o painel digital integrado seria difícil notar a diferença. Nas laterais percebemos as maiores mudanças, com novas carenagens do tanque divididas em duas partes, uma pintada na cor da moto e a outra em uma textura que imita fibra de carbono. Elas também possuem uma tampa interna que melhora o visual e diminui a turbulência do vento.

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Nas tampas laterais o grande adesivo com a cilindrada 160 é o centro das atenções. A ponteira do escape está mais inclinada para cima (5º) e agora existe uma câmara de expansão na curva. O novo motor tem visual renovado com cabeçote mais longo e tampa de válvulas mais estreita. Segundo a Honda, a tampa de válvulas mais compacta facilita sua retirada evitando danos à peça durante a manutenção.

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O chassi permanece sendo do tipo berço semiduplo em aço, porém teve sua geometria alterada para melhorar o centro de gravidade. O novo tanque (12l) é mais largo e curto que o da Bros 150, transmitindo robustez ao modelo que agora ficou mais imponente. A nova tampa do tanque acaba com uma antiga crítica dos fãs da marca e de quebra ainda ajuda a manter as emissões de poluentes dentro dos limites do PROMOT 4 que entrará em vigor em 2016.

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A traseira recebeu um cuidado especial com a adoção de uma nova lanterna em duas camadas que simula o efeito de Leds. O bagageiro permanece em Nylon com alças em alumínio, porém agora é pintado na cor da moto. Rodas, Pneus e suspensões são os mesmos utilizados na Bros 150. O painel agora é digital, idêntico ao utilizado na CG Titan 150, possui iluminação azul, velocímetro, marcador de combustível, hodômetro total, hodômetro parcial e relógio, além das luzes espia.

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Particularmente achei a Bros 160 bonita, mas nada que impressione. Ela ficou mais robusta, com ar de moto maior. O acabamento melhorou, as peças estão mais bem feitas, especialmente as carenagens. Algo que gostei muito foram os novos comandos (iguais aos da nova linha CG) e principalmente as novas manoplas, mais bonitas e agradáveis ao toque.

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Se no visual as mudanças não me empolgaram muito, na ergonomia e posição de pilotagem a melhora foi notável. É incrível como um centro de gravidade mais baixo influencia na maneabilidade de uma moto. Só em manobrar a Bros 160 parada eu já senti uma maior leveza em relação ao modelo anterior, apesar de ser apenas 0,4 kg mais leve (comparando a 160 ESDD com a 150 ESD).

O banco está 13 mm mais alto em relação ao solo (842 mm) e as pedaleiras 10 mm mais baixas (292 mm), isso deixou a Bros mais espaçosa, algo bem vindo para pilotos de maior estatura. O guidão está 12 mm mais baixo e 6 mm mais largo, propiciando uma pegada mais aberta e, juntamente com o novo posicionamento de banco e pedaleiras, uma posição de pilotagem mais ereta com os braços mais relaxados. Achei a 160 realmente mais agradável de pilotar que a 150, o posicionamento sobre ela ficou mais natural e menos cansativo.

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A principal mudança da Bros foi realmente o novo motor 160 que manteve a mesma configuração do anterior, monocilíndrico, OHC, 2 válvulas, refrigerado a ar com balancins roletados e sistema de balanceiro. Ele é mais potente (14,5 cv a 8.500 rpm) e tem mais torque (1,47 kgf.m a 5.500) que o 150, além disso a curva útil entre o torque máximo e a potência máxima aumentou em 1.000 rpm, o que proporciona um funcionamento mais elástico, diminuindo as trocas de marcha.

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A 160 está mesmo mais esperta, tanto nas arrancadas quanto na velocidade final, ponto tão criticado pelos donos de Bros 150. Fiquei até surpreso com a melhora do desempenho, visto que no papel foram apenas 0,7 cv e 0,8 kgf.m de ganho real. Consegui atingir e manter 120 km/h em vários momentos do teste. O ponto negativo do novo motor é o maior nível de ruído, o barulho em alta rotação é sensivelmente mais elevado que na 150.

O câmbio de cinco marchas permanece macio e preciso, as marchas engatam com muita facilidade e a embreagem é levíssima. Nas curvas a 160 tem comportamento quase idêntico ao da 150, com bom nível aderência. Em linha reta notei um pouco mais de estabilidade direcional e menos turbulência na dianteira no uso rodoviário.

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Nos freios temos outra grande novidade, a adoção do disco na traseira. Para uma moto que pesa apenas 121 kg, o sistema com duplo disco parece até um pouco exagerado. A nova Bros ESDD freia muito, muito mesmo. Na dianteira ela conta o disco tradicional de 240 mm e pinça de pistão duplo, na traseira com um disco de 220 mm e pinça de pistão simples, ambos com ótimo tato.

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O conforto também melhorou um pouco, pois o banco está mais macio e com mais espuma. As suspensões são as mesmas da 150, mas o amortecedor traseiro foi recalibrado para ficar mais progressivo, uma melhora quase imperceptível.

Com relação ao consumo, fizemos uma medição simples zerando o hodômetro parcial ao completar o tanque e verificando quantos quilômetros rodou ao abastecer novamente, desta forma a Bros fez uma média de 36 km/l, sendo o trajeto do nosso teste 70% na cidade e 30% em rodovia.

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Conclusão

A nova Bros 160 chegou com a responsabilidade de manter a liderança da categoria enfrentando uma concorrência cada vez mais competente. O design poderia ser mais ousado, mas mesmo assim agradou. Na parte mecânica e na ciclística a moto melhorou muito e deixou uma ótima impressão. Com três anos de garantia de fábrica ela tornou-se ainda mais forte na briga das pequenas trail.

Agradecimento: Potiguar Honda

 


Comentários

4 Respostas para “O Império Contra-Ataca! Testamos a nova Honda Bros 160”

  1. Roberto

    Confirmo tudo que foi descrito. Comprei uma semana passada e logo percebi as diferencas em relacao as duas 150 adquiridas anteriormente. Indico tbm como um excelente investimento. Liquidez garantida.
    A Honda acertou mais uma vez. Esta de parabens.
    Abr.

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  2. Nilson Bezerra

    Não retiro o mérito da Honda em atualizar seu produto mas ainda mantem um pecado na Bros; a falta do tacômetro (conta-giros) que é muito útil para condução urbana e estrada. E ainda o preço elevadíssimo que as concessionárias estão praticando. O preço de fábrica aumentou em apenas R$ 300 (ESDD) na minha cidade se comprava a Bros 150 ESD por no máximo R$ 10.000 e agora estão pedindo R$ 12.000 em uma Bros 160 ESDD a vista e sem emplacamento. Por apenas R$ 1.300 a mais compra-se uma Lander que vem com suspensões melhores, motor 250 e o tacômetro.

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  3. Jailson da Silva

    Comprei uma bros 160 ESD a 04 (quatro dias) e esta já veio com motor canecando. Devolví para manutenção e estou aguardando a resposta da concessionária.

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  4. Dantas Jr

    Ô Jaílson da Silva, vai tomar um banho de sal grosso homi…

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