O Brasil precisa manter o curso da consolidação fiscal, por causa do alto endividamento público e inflação elevada, além de promover investimentos em infraestrutura para reduzir gargalos que impedem um maior crescimento da economia.
As recomendações estão num relatório dos economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que será apresentado na reunião ministerial do G-20, grupo formado pelos países mais ricos do mundo, na Turquia, amanhã e terça-feira.
O documento alerta ainda para a necessidade de o país fazer reformas no mercado de trabalho e na educação para aumentar a produtividade.
O FMI fala também da necessidade de o Brasil facilitar o comércio externo e o investimento.
Em conjunto, as reformas melhorariam o ambiente para os negócios, estimulando a confiança dos agentes.
A previsão do FMI é que o Brasil cresça 0,3% este ano e 1% em 2016, número é inferior – os dois casos – à media da economia mundial (3,5% e 3,7%, respectivamente) e do G-20 (3,6% e 3,7%).
“Em muitos países emergentes, o espaço para adoção de políticas macroeconômicas para apoiar o crescimento permanece limitado”, ressalta o relatório, que pede atenção e ação rápida dos governos do G-20 para aumentar os níveis de crescimento potencial dos países membros.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, em comentários enviados junto com o relatório, fala da necessidade de um “empurrão decisivo” em direção a reformas estruturais.
Economia global – Os técnicos do FMI mostram cautela ao avaliar o cenário para a economia mundial.
“Enquanto o crescimento global receberá um estímulo da queda dos preços do petróleo, as projeções de crescimento foram revisadas para baixo”, diz o documento, ressaltando que as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial foram cortadas em janeiro pelo FMI.
Depois de crescer 3,3% em 2014, a previsão é que a alta fique em 3,5% este ano, abaixo dos 3,8% previstos em outubro, quando o FMI fez sua reunião anual em Washington.
Os EUA devem seguir como destaques de crescimento, enquanto as perspectivas para os países emergentes são mais fracas agora do que as feitas em outubro, ressalta o documento do FMI, citando a desaceleração da China e a revisão para baixo nas projeções da América Latina.