O presidencialismo brasileiro é, de fato, ditadura sem ditadores. Ou, dito de outra forma, uma democradura, como diria Stanislau Ponte Preta. Reparem na lista de atribuições e competências da Presidência da República:
Comandante Supremo das Forças Armadas. A milicada tem que bater continência para ele;
Nomeia os ministros do Supremo Tribunal Federal, de todos os tribunais superiores e do CNJ;
Veta projetos de leis aprovados no Congresso Nacional;
Interfere nas votações do Congresso;
Acumula chefia de governo com a chefia do Estado;
Nomeia quem o vai fiscalizar, ou seja, os membros do Tribunal de Conta da União e o Procurador Geral da República;
Nomeia 25.000 cargos na administração pública. Do ministro de Estado a chefe de almoxarifado da CONAB de Jardim de Piranhas, se quiser;
Planeja e executa a política econômica;
Nomeia diretoria de todos os Bancos estatais nacionais e regionais, inclusive o Banco Central;
Cobra impostos, concede benefícios e anistia fiscal;
Concede indultos a apenados, condenados até pelo STF;
Nomeia diretoria executiva das agências de desenvolvimento, como SUDENE;
Nomeia diretoria executiva das agências de tipo Anatel, ANP;
Controla os preços públicos;
Ou seja, o Presidente da República domina os poderes executivo, judiciário e legislativo. Só não manda na CBF. Separação de poderes no Brasil é uma estória de Trancoso. Não seria melhor um parlamentarismo?