Dilma escolhe tucano-banqueiro para o Ministério da Fazenda

Em por Allan Darlyson
Atualizado em 27 de novembro às 15:59

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Dilma toma decisões contrárias ao que dizia na campanha

Passadas as eleições, a presidente Dilma Rousseff (PT) jogou no lixo todo o seu discurso e começou a adotar medidas que ela passou quatro meses criticando e dizendo que não faria. Foi assim até na escolha da nova equipe econômica.

A presidente escolheu para o Ministério da Fazenda o banqueiro Joaquim Levy, que, além de atuar no Bradesco atualmente, participou do governo que Dilma mais criticou durante sua campanha: o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).

Levy tem credibilidade no mercado. É um nome bem visto no setor. O problema é justamente a falta de coerência no seu discurso, tendo em vista que ela questionava a ligação da então adversária Marina Silva com a banqueira Neca Setubal, do Itaú, e o anúncio de Armínio Fraga como Ministro da Fazenda do possível governo Aécio Neves (PSDB).

De uma tacada só, Rousseff escolheu um nome que aglutina as experiências dos personagens da equipe econômica dos seus adversários. Joaquim reúne a experiência na diretoria executiva de banco privado, assim como Neca, e trabalhou no conclave econômico do governo FHC, a exemplo de Fraga.

Dilma, antes mesmo de assumir o segundo mandato, já mostra em suas escolhas que o discurso adotado na eleição era totalmente eleitoreiro, sem falar que já começou a adotar as medidas impopulares que a própria dizia estar nos planos do seu adversário no segundo turno, Aécio Neves.

Pouco mais de um mês após as eleições, Dilma aumentou os juros, a conta de energia, a gasolina, decretou a volta do imposto sobre combustíveis e está tentando sobrar o Congresso para mudar a meta do superávit primário por não conseguir cumprir a meta fiscal do orçamento deste ano.

A diferença entre a Dilma candidata e a Dilma presidente é notória. A presidente tem feito tudo ao contrário do que a candidata dizia. Para 2015, podemos esperar ainda mais contradições. A diferença da petista para Marina Silva, que apresentou mudanças no plano de governo ainda no decorrer da campanha, é que Rousseff deixou para mudar todo o seu discurso após vencer o pleito.


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